domingo, 19 de julho de 2009

A Fonte de Lemneth

Ele parece familiar... Se o conheço, não lembro de onde, mas a sensação é de que o conheço... Olhou sorrindo para mim como se estivesse dizendo: Seja bem-vinda! E perguntei:

- Onde estamos?

- Em Nova Iorque!

- Mentira!! É mesmo?!

- Por que o espanto? Tem algum lugar que gostaria de ir em especial?

- Sim, tenho. A ponte do Brooklin.

- Ok. Me dê sua mão, vamos sobrevoa-la...

- Não, não... Vamos à pé!

- Vai demorar muito!

- Que nada! Iremos cantando Fountain of Lamneth do Caress. Você lembra dessa música, não?

- Sim, eu lembro. Uma bela analogia à vida. A música tem seis partes e deve ter uns 15 minutos. Por que essa música?

- Vinte minutos. Não será o tempo suficiente para atravessar, mas podemos repetir a parte III - "Não tem ninguém na ponte"! Por isso eu a escolhi. É um rito de passagem... Especificamente na música, é quando você já pode se virar sozinho no mundo. Tem autonomia e teoricamente, não precisa de ninguém:

Remembering when first I held
The wheel in my own hands
I took the helm so eagerly
And sailed for distant lands
But now the sea's too heavy
And I just...I just don't understand
Why must my crew desert me?
When I need...I need a guiding hand...

Ainda lembro quando viajei sozinho pela primeira vez
Estava seguro de minhas decisões
Visitei as cidades mais distantes
Mas agora o fardo parece pesado
E não consigo entender, por que meus amigos se foram?
Logo agora que preciso... Preciso de ajuda...

Ele sorri e não diz mais nada. Acordei com a voz do Kevin Griffin cantando:

Não me acorde/Acho que estou sonhando
Dormi é fácil/Costumo perder tempo demais/Tenho esperado por uma oportunidade
Talvez um dia, não a deixarei passar despercebida

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Selvagem é o vento

Ele dizia muita coisa. Não se engane. Ele disse e não esqueceu. Em algum momento irá te convencer que esqueceu mesmo. Não se engane. Ele disse muita coisa. A maior parte nunca chegou aos ouvidos de ninguém...Importante... Dizer também, muito não foi dito porque sabia não fazer diferença naquele momento, nem fará agora. Nem é chegada a hora da partida. Ele diz que está aqui para sempre. Alguns perguntam e responde ser do destino a resposta para tal pergunta. No final do ano eu volto para lá. E quem sabe se volta mesmo? Ninguém sabe, nem ele próprio. É sabido que um dia se ajoelhou em frente ao cinema depois de uma sessão tumultuada do filme-terapia de um cineasta-soldado... Soldado a sua pátria. Sim, tão soldado que não conseguia imaginar outra coisa. Sim, ele era um soldado não de chumbo e voltou para contar histórias suas e inventar outras. Ele não esteve numa frente de batalha, nem sabia ao certo do que se tratava um full-metal-jacket... Assistiu os 40 minutos iniciais e depois saiu da sala... Que absurdo! Foi assim, disse ele. E quem irá saber se realmente foi? Sim, ele se ajoelhou e disse toda a fala do personagem ainda mais dramatica que a original. Ele diz que nossos dias não tem mais 24 horas. Como ele prova? Todos os dias provamos, responde, é preciso correr ainda mais rápida as horas para provar? Você não sente? Pergunta. Ninguém vê o vento e ninguém duvida da existencia dele. Ninguém mais acredita no que sente? Que absurdo! Ele disse muita coisa... Todas ao vento, como na canção do King Crimson, mas ninguém ouviu, muito menos o vento...

Foto da capa do album Wind & Wuthering do Genesis.

sábado, 11 de julho de 2009

A message for me from Neil Peart

A spirit with a vision is a dream with a mission

Zoe, we have a mission. Sabia disso antes mesmo de ser dito, mesmo assim foi dito.Todos os dias eu escrevo um livro. É o que diz o Sr.Costello. Não venha me dizer que eu não sei o que é amar... Desculpa, Mr. Costello... Sua frase foi mudada, confesso...Foi preciso. Será que me perdoas? Ou será que apenas cantas What’s so funny bout peace love & understanding e nada sentes? Como irei saber...
E assim, quando cheguei, lá estava ela, na porta a esperar, carregando o nome de um filme, que não é sci-fi, e sim de um policial. Na trilha “Le Sacre Du Printemps” de Igor Stravinsky.
A mente não pára de repetir "you have enter in twilight zone..." onde tudo é possível, tudo o que você tem a fazer é sentir.


You have entered the twilight zone
Beyond this world strange things are known
Use the key, unlock the door
See what your fate might have in store
Come explore your dreams creation
Enter this world of imagination


Deja vu?


If I had ever been here before I would probably know just what to do

Don't you?


- O que dizer sobre algo que já se viveu?
- Viveu? Quando?
- E eu vou saber? Você acha que eu tenho todas as repostas. Não, dear one, eu não tenho, nem quero ter...


And I feel
Like I've been here before
And you knowIt makes me wonder
What's going on under the ground


Eu não queria, mas a carrego por 13 anos. Mr.Taupin disse que era sobre a guerra civil americana e muitos foram os dedos apontando equívocos históricos. E se ele falasse de um legado, puro e simples, ainda haveria erro? Não creio. It's so easy, believe me. Tudo é mais simples do que imaginamos. Um dia, após outro, após mais um.


From this day on I own my father's gun


Mudança instalada.
Vejo uma vida organizada e deixada em cada canto, de voz, de parede, de dor e de alegria. Estamos tão perto. So far, so close... quero uma única visão de Santa Monica. Quero cantar na chuva. Será que todos têm desejos a realizar antes do dia final aqui?

- Você sabe dançar?
- Aprendi tango pra um personagem.
- Ele foi expulso do banker?
- Não, deixou de aparecer...


O tango era uma dança permitida apenas entre homens. Tudo muda. Poor Edward... Ele tem uma voz rouca, toca piano e tem uma aparência assustadora... É inglês?
- Ele bebe muito...
- Ah! Por que não disse antes?!

The key, the end, the answer


Em poucos quilômetros a paisagem muda radicalmente. Seeds. Um milagre irá acontecer aqui, mas quem acredita? Um portão. Seeds. É a passagem. Unlock the door e seja bem-vindo ao mundo dos que apreciam o mais belo viver!
As soon as this is over we'll go homeTo plant the seeds of justice in our bonesTo watch the children growing and see the women sewingThere'll be laughter when the bells of freedom ring

- Deja-vu!
- De novo?
- E agora? Am I a cinderella man?
- Cinderella man? O que significa isso?
- É só uma música...
- Ah, eu lembro. Fala de um cara que é louco, né?
- (Risos) Louco?!
- Sim, ele é louco! Delusions of grandeur/Visions of splendor/A manic depressive/He walks in the rain
- É assim que você me vê?
-Você que falou em Cinderella man...
- Ele pode ser "louco", é verdade... Doing what you can/ They can't understand/What it means/Hang on to your plans/Try as they mightThey cannot steal your dreams. Não vou deixar ninguém tirar nada de mim. Pode me chamar do que quiser. Eu acredito. Você, não?
- Eu não sei... Você me assusta...
- Por quê? Por que falo o que sinto?

E a chuva veio...

- Trovão?!
- Não, é um avião. A rota para Fortaleza passa aqui por cima.
- Não estou vendo... Ah, ali!
- Sou fascinada por avião!
- Eu também!


Fly by night, away from here
Change my life again


- Como você descobriu?
- (Caramba, e agora? O que vou responder?) Huuum, não faz pergunta difícil...
- Quero saber...
- Bem, gaita sempre me remete à deserto, poeira, western... Parecia trilha sonora de filme... essa combinação ajudou a eliminar 80%... (será que convenci? Ufa!)
- Impressionante...
- (Nem sei dizer como aconteceu... mas não foi nada lógico... de repente a música estava na minha frente!)
- Quando tiver outras pedirei sua ajuda
- (Podia ter dito: tomarei isso como um elogio - mas calei de tristeza e não por calar)

Todos os dias escrevo um livro...

Start a new chapter
Find what I'm after
It's changing every day
The change of a seasonIs enough of a reason
To want to get away

sábado, 4 de julho de 2009

A Escócia, Moz e você

Last night I dreamt... que estava na Inglaterra. Achei que era. Não, não era a terra do Moz que escreveu as primeiras palavras que abrem esse escrito. Não, não era a música de caminhos tortuosos, lá vamos nós!

- Que lugar é esse? Está escuro aqui...
- This place belongs to the king! Esse lugar pertence ao rei... E você não deveria estar aqui... (disse uma voz impostada cujo rosto era impossível enxergar).
- Que rei é esse?
- How dare you?! Como se atreve a perguntar de que rei falo?!
- Pergunto porque não sei de que rei estás a falar! Onde estou?
- Tudo aqui pertence ao rei. A povo não tem permissão de entrar para bisbilhotar os pertences do rei.


Ao sair olhei para cima. Lá estava: uma construção enorme, dois ou três andares, antiga, com algumas plantas trepadeiras espalhando-se pelas janelas. Algumas abertas, outras fechadas. E um céu muito azul acima.


O lugar foi transformado em uma universidade e fica situado no centro de Edimburgo. Não, não eram as ruas percorridas por diversos em bicicletas numa cidadezinha inglesa... Porém a desolação era a mesma. Aquele lugar trazia impregnado sentimento seculum seculorem... Um isolamento sem precedentes se abateu ali... Longe de tudo e de todos...


Não duvide. Converso com você, mesmo sem você saber. Afinal, você não lembra mesmo de seus sonhos. Então, isso me dá a liberdade de entrar neles a hora que quiser. Não necessito de seu consentimento para começar uma conversa sobre qualquer que seja o assunto. Afinal, my dear one, você não lembra mesmo de seus sonhos, não é?


Que país um dia você disse querer visitar?


Saiba que, lá já estivestes... Não é engraçado? E nem lembras dos belos castelos e praças enormes que percorrestes um dia. Nem tão pouco lembras de teus sonhos... Nem lembras de mim...


Para ti, que és o cego que um dia pode ver/os sinos dobram por ti.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Homem em chamas ou como dizer adeus

Tenha em mente que não é necessário você alcançar seu caminho, nesse exato momento. Comece devagar, vá aumentando o volume gradativamente, nos próximos dias, diz o Daily. O que, no momento, faz todo o sentido. Num momento onde o sentido pode ser qualquer um ou nenhum. Apenas um momento, onde todas as peças do quebra-cabeça foram atiradas para cima.

As peças foram atiradas e tiradas também. Atiradas por mim e tiradas por muitos, muitos desconhecidos. E tantas outras se perderam por puro e simples descuido.

Enquanto ele tira todos os cds das caixas, eu as coloco de volta. Eu já vi esse filme. Numa cena de “Chamas da Vingança”, o personagem do Denzel Washington compra um cd no meio da rua, um cd da Linda Ronstadt. Nesse momento lembrei de Jairo. Ele gostava dela. Depois de Everaldo, era o único que eu conhecia, que gostava dela. Jairo foi embora e não me despedi dele. Estranhamente, também nesse filme, toca uma música chamada “Clair de Lune” de Debussy, que faz parte da trilha de um outro filme chamado Frankie & Johnny, onde eu e Jairo compartilhávamos do gosto pela película.

Sabe o que é estranho? Ontem, na Música Urbana, Ronaldo me contou a história desse filme. Nem por um segundo achei que tinha assistido. A memória é esquisita. Só lembrei que tinha visto o filme, na cena onde o Denzel explode o traseiro de um tira corrupto, quase no final. Nesse exato momento eu lembrei que tinha assistido o filme, e que tinha sido na época em que estava deixando João Pessoa rumo à Oz – leia-se Osasco, apelido ‘carinhoso’ dos moradores. Ainda é muito clara a imagem do Cris indo me pegar na República, à noite, num carro com uns amigos.

Helder me disse que o caos é necessário. Claro que é! Hoje eu tenho certeza de que colocarei tudo nos seus lugares e começarei a desorganizar outros. E assim sigo, guardando memórias de pessoas, lugares e músicas. E cá estou, limpando algumas caixinhas e guardando alguns cds que sobraram da jornada. A música me alimentou, literalmente.

Enquanto Fá faz a mala e coloca nela tudo que acha que irá precisar, eu desfiz as minhas e descobri que não preciso de mais nada – minto, preciso de uma calça jeans.

Eu fiz tudo o que quis fazer e faria de novo, se pudesse voltar no tempo. Hoje eu conheço muito mais a cabeça dura que sou, sei exatamente que precisava viver tudo que vivi. Se assim não fosse, não estaria aqui, agora, sentindo falta de um amigo que vai partir em breve, para uma cinza e linda selva de concreto, onde tudo pode acontecer, e eu não quero me despedir dele.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

The Future is so Bright III

Está muito clara a razão de estar. Bem que o Bob disse para não mencionar nada que outra pessoa não tivesse a capacidade de entender. Não é a verdadeira angustia. Está muita clara a razão de não estar. A dimensão tempo, espaço, território continua comprimida. Bem que Stew disse que está clara a razão de estar aqui: eu tinha que devolver a merda do livro que você emprestou! Posso entender seu medo. Como ouvir que não serve para você. Ler suas mentiras e ter que dormir depois. Feliz por você estar vivo. Feliz por viver sem futuro, sem passado, sem presentes. Não culpo você... Estar entre as mentiras das pessoas... Between people's lies. Posso entender seus medos de salvar almas fortes demais para lutar. Eu sou quatro - pode você realmente me ver? Pode você me ver? Ele fez tudo por conta de um nariz, um senhor nariz! Alguém pode dizer que ele não amou? Eu não me atrevo... Venha a Camelot! Você irá gostar, mas não se preocupe com o meu cérebro, nem com a minha mudança de nome. Você verá que algumas mudanças são, realmente, necessárias... Thanx Mr. Problem.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Conto do Fragmento III

Foto de Lia Costa Carvalho

- Ah que bom! Voce está começando a pensar a respeito da minha proposta.

- Eu não falei nada, Frank!

- Eu sei...

- Ah, Frank! Eles não tinham dado um jeito nisso? O que aconteceu? Por que voce está usando novamente?

- Tem a ver com a Meredite...

- Meredite, não!

- Meredite sim, Cerys. Tem algo que você não sabe sobre ela... Ela foi enviada para me destruir. Como ela não conseguiu, algo está prestes a acontecer com ela. Por isso tenho que morrer, preciso evitar que ela seja exterminada.

- Você quer que eu acredite que ao morrer, você irá salvá-la?

- Eu não vejo outra saída. Não posso utilizar os canais para deixar meu corpo de livre e espontanea vontade. Você sabe... me induzir a morte é a única saída.

- Você sabe que eu não acredito nisso, não sabe?

- Você me lembra a Scully... (risos) a matemática tem variáveis. Ouça-me: A Meredite foi criada por mim.

- Você se apaixonou por uma criação sua?!

- Mais ou menos isso. Não sabia que ela, era ela. Quando descobri era tarde demais. Eu nunca pude estar por inteiro aqui. Precisava dela para existir nos dois (três) mundos... E agora ela está indo embora... Se ela for, eu também irei, entende?

- Não. Uma mulher que não existe, que foi criada por você, e quando morrer levará você junto. Cristo! O que você anda tomando?

- "Minha querida Scully", você é, era, não sei mais, minha única droga, . Eu preciso muito de você! Pode ver isso?

- Não, não posso ver, não posso acreditar.

- Pode ao menos sentir o que se passa comigo?

- Eu quero acordar, Frank. Isso não está acontecendo. Eu juro que é um pesadelo! Mas vamos supor que tudo isso seja real... Resumindo: Eu preciso lhe matar e salvar ao mesmo tempo para que você salve Meredite e assim não morra. Se você conseguir salvá-la lá, poderei salvá-lo aqui, e se isso não acontecer eu não consigo trazê-lo de volta, não é? (suspiro) eu não queria estar no meu lugar, eu não queria, Frank! Eu não quero!

- Só tem uma variante que você não está considerando...

- O que?

- Você pode não conseguir me trazer de volta, mas não estarei morto, necessariamente...

- Fantástico! Ficarei aqui sem saber de nada...

- É... Mas você tem uma outra opção?

- E qual é? Ah, espera! Nem sei se quero ouvir isso... Fala!

- Vem comigo!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Dez compositores para se levar num boteco e ouvir o cd ou porque o Renato Abreu fez "As 10 mulheres..."

Josh Ritter nasceu em Idaho, mas ao ouvir Dylan e Cash, tratou de mudar para Boston, e a partir daí perseguiu seu sonho. Gravou o primeiro cd em 1999, mas só foi notado em 2002. Fã de Joana D'arc, Calamity Jane e Florence Nightingale, Josh é um folker nato e emociona quando canta.

http://www.joshritter.com





Mike nasceu numa terra onde a fama pela hospitalidade e bebida chega a ultrapassar as diferenças religiosas de seu povo. Mike Scott lidera até hoje o Waterboys. Já pôs o pé na estrada e escreveu sobre seus caminhos tortuosos num album chamado "Bring'Em All", que meu amigo Júlio César comprou pra mim num sebo em São Paulo. Mike Scott é autor de "What do you want me to do?" e consequentemente um muso inspirador. Quantos chops? Nenhum, ele é muso, e você sabe, muso é intocável!
www.myspace.com/mikescottwaterboys




Fã de uma boa tequila, Chris é um dos caras do "Paisley Underground". Nos anos 80 vários Lps ligados a tal 'movimento' foi lançado por aqui e totalmente subestimado. Lembro que xingamentos por carta e telefone foram dirigidos a um certo programa de rock, na rádio universitária, por os produtores insistirem em tocar 'esses americanos'. O Sr. Cacavas continua o seu legado em músicos como os srs. Convertino e Burns. Tocou entre outros com Green on Red - Danny and Dusty - Steve Wynn - Giant Sand. Sítio oficial do Green on Red




Esse nem precisa gastar muito verbo: ele leva a bebida e ainda canta pra você! Criador de uma das bandas mais significativas nos anos 80, The Replacements, Paul tem música pra dar e vender. Alguém precisa trazer esse cara pra tocar aqui!
www.myspace.com/paulwesterberg



Stew tem papo para "dozen of chopps". Americano, morou na Alemanha, adora música brasileira e é um comprador de vinil por exelencia. Certa feita me pediu para traduzir "Cravo e Canela" do Milton Nascimento. Dono de um humor e inteligencia fora do normal. Ele diz que letra não tem importancia, mas capricha na hora de fazer uma. Certamente não encontra-se nenhum dos seus albuns na lista daqueles que você tem que ouvir antes de morrer, viu Pata? Recomendo ouvir, em todo caso...
Negro Problem sítio oficial




Chris tem mais de 1.80 de altura, magro e gosta de beber cerveja. Nasceu no estado de Nova Iorque. Depois de quase 20 anos em São Francisco, mudou-se para Seattle. Compositor inspirado e colecionador de grandes refrões dentro do powerpop. Ganhei dele o apelido de kisser lady. Recentemente teve a colaboração da maravilhosa Neko Case em sua música. Dizem que ele parece com o Dave Grohl. Vários chopinhos. www.myspace.com/cvsmusic






Kyle constará nessa lista, não apenas por sua "beleza". Ele é um defensor radical da natureza, gentil, educado e tem uma voz afinada, coisa rara numa época em que se afina a mais desafinada das criaturas. Admirável também por seu romantismo, cultura e elegancia. Kyle disse certa feita que queria gravar algo em portugues... www.myspace.com/kylevincent



Jody Stephens é baterista de uma banda chamada Big Star. Claro, a maioria ressalta o Alex Chilton, afinal, ele é o dono das palavras, e o homem de frente da banda. Jody tocou também no primeiro album da Golden Smog junto com os caras do Jayhawks e Jeff Tweedy do Wilco. Chopps? Huuum... Estou pensando... Claro que sim! www.myspace.com/bigstarband
www.myspace.com/goldensmog





Todd Rundgren é mais conhecido como padrasto da Liv Tyler do que por sua música. Uma pena, porque Todd é um talentosíssimo compositor por décadas e décadas. Minha amiga Amarilis tomaria vários chopinhos com ele. Você não? Melhor pra ela!! Ele é todo seu, Amarilis!
www.myspace.com/toddrundgrenmusic















Ele toca piano, sintetizador, clarinete, flauta,violão e alguma coisa no baixo. Será que merece um pouco da sua atenção? Gilbert Alexander Gabriel nasceu na Inglaterra. É o co-autor da belíssima "Life in Northern Town" feita em homenagem ao Nick Drake quando ainda era do Dream Academy. www.myspace.com/dreamacademy

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Fragmentos de um conto II

- Lembra que eu lhe falei, que só me casaria quando eu estivesse preparada para dividir voce com outras?

- Sim, eu lembro. Lembro que disse que voce seria a primeira a saber, quando isso acontecesse, quero dizer, quando houvesse outra mulher.

- É verdade. Só que eu não cogitei a possibilidade de uma alucinação, ou sei lá, como eu posso chamar isso!

- Cerys... Meredite não é uma alucinação! Ela está em mim! Lembra do filme Contato?

- Sim, lembro. O que tem esse filme?

- Sinto-me como o personagem da Jodie Foster. E voce é o James Woods. No final do filme, numa espécie de tribunal, o personagem do James pede para ela admitir que nada aconteceu. E ela diz que não pode fazer aquilo, porque viveu, sentiu tudo o que se passou naqueles "segundos"... Lembra?
Cerys, eu não posso negar a Meredite, mas ela sumiu... Sumiu alguns dias depois de você me deixou... Ela sumiu! Eu sei que você ficou chocada com o meu pedido, mas eu sei o que estou dizendo e sei como voce deve fazer.

- Você vai me ensinar como lhe matar? Era tudo que eu precisava... Frank, Frank, Frank

" Frankly, Mr. Shankly, since you ask You are a flatulent pain in the arse I do not mean to be so rude Still, I must speak frankly, Mr. Shankly"

- Lá vem você com sarcasmo... E musicado pelo Moz!

- Muito obrigada Frank, mas eu vou recusar o seu pedido. Não ando muito a fim de matar ninguém! Muito menos o cara com quem me casei, por favor, né?

- Olha, eu não pediria isso a mais ninguém!

- Estou lisonjeada!

- Eu não quero morrer pra sempre.

- Como não se morre para sempre?

- É por isso que peço a voce. Eu confio em voce. Quero que me traga de volta.

- Muito bem, Frank! Agora voce está me dando o cargo de deus!

- Eu vou lhe explicar tudo. Não tem como voce errar.

- Eu não quero saber, Frank. Eu não quero saber. Mas eu quero saber de uma coisa: Isso tem a ver com a Meredite? E isso tá parecendo filme de Hitchcock... Pacto Sinistro... Mas quem vai me matar?

- Voce está distorcendo o filme. Aqui só existe eu e voce e mais ninguém! Não confio em mais ninguém. A missão é toda sua, Cerys. Eu quero voce, eu escolhi voce.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Fragmentos de um conto

Uma mulher flutuando na água em Weeki Wachee Spring, Florida. Foto de Toni Frissell publicado em Harper’s Bazaar, dezembro de 1947.

Frank - O que você quer de mim?

Meredite - Todos os fragmentos, pensamentos e poros. Tudo isso e algo mais...
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- Ela não quer falar comigo. Alias, todas as pessoas que tentei falar ontem, à noite, me disseram não. Me sinto estranho, como se estivesse num mundo onde desconheço fatos, pessoas, cidades... Estou sem direção...

- Olha Frank , eu nem sei o que te dizer. Eu nem esperava te encontrar aqui.

- Pois é, eu não consigo ficar em casa. Uma angustia enorme toma conta e não sei o que fazer. Nunca estive numa situação parecida. Estou perdido.

- Não diga isso!

- Estou mesmo! Quero muito que o tempo ganhe uma velocidade tremenda. A cura talvez esteja nele, mas é tão devagar, tão torturante...É uma dor forte. Já deveriam ter inventado um remedio que vendesse em todas as farmacias. Não, melhor ainda, seria distribuido gratuitamente nas ruas: "Cure sua dor de amor agora! Basta tomar 2 comprimidos, 2 vezes ao dia, por uma semana"! E claro, além da cura, ele criaria uma certa resistencia, a próxima dor não seria tão intensa.

- Voce está maluco! Por que foi se apaixonar por alguem que não existe?

- Aaaaaah Cerys! Ela existe sim! Por que voce não acredita em mim?

- Porque eu nunca vi essa mulher! Onde ela está? Apenas nos seus sonhos? Vamos lá, Frank, de-me algo concreto!

- O que sinto é real. O que sinto é concreto, como diz. Eu não posso negar isso, simplesmente não posso! O que é que voce quer que eu faça? Eu me sinto muito bem quando estou com ela. E voce diz que não é real?!

- É por isso que se chama sonho, Frank, o que não está nessa dimensão... É por isso que eu quero que voce acorde e seja quem era antes de tudo isso começar...

- Eu não posso. Eu não posso ser mais o que era antes. Meredite mudou tudo em mim...

- Eu não sei mais o que fazer com voce... Juro que não sei...

- Eu sei o que você pode fazer por mim...

- O que eu posso fazer por você?

- Por favor, mate-me!