quinta-feira, 16 de julho de 2009

Selvagem é o vento

Ele dizia muita coisa. Não se engane. Ele disse e não esqueceu. Em algum momento irá te convencer que esqueceu mesmo. Não se engane. Ele disse muita coisa. A maior parte nunca chegou aos ouvidos de ninguém...Importante... Dizer também, muito não foi dito porque sabia não fazer diferença naquele momento, nem fará agora. Nem é chegada a hora da partida. Ele diz que está aqui para sempre. Alguns perguntam e responde ser do destino a resposta para tal pergunta. No final do ano eu volto para lá. E quem sabe se volta mesmo? Ninguém sabe, nem ele próprio. É sabido que um dia se ajoelhou em frente ao cinema depois de uma sessão tumultuada do filme-terapia de um cineasta-soldado... Soldado a sua pátria. Sim, tão soldado que não conseguia imaginar outra coisa. Sim, ele era um soldado não de chumbo e voltou para contar histórias suas e inventar outras. Ele não esteve numa frente de batalha, nem sabia ao certo do que se tratava um full-metal-jacket... Assistiu os 40 minutos iniciais e depois saiu da sala... Que absurdo! Foi assim, disse ele. E quem irá saber se realmente foi? Sim, ele se ajoelhou e disse toda a fala do personagem ainda mais dramatica que a original. Ele diz que nossos dias não tem mais 24 horas. Como ele prova? Todos os dias provamos, responde, é preciso correr ainda mais rápida as horas para provar? Você não sente? Pergunta. Ninguém vê o vento e ninguém duvida da existencia dele. Ninguém mais acredita no que sente? Que absurdo! Ele disse muita coisa... Todas ao vento, como na canção do King Crimson, mas ninguém ouviu, muito menos o vento...

Foto da capa do album Wind & Wuthering do Genesis.

Nenhum comentário: